Este local pretende ser o ponto de encontro obrigatório de todos aqueles que, sendo de Leiria e arredores, gostam de Astronomia, independentemente da sua idade, classe, grupo profissional, sexo, idade ou conhecimentos. Neste blog iremos disponibilizar informações de actividades, partilhar materiais e conhecimentos, trocar informações úteis e trabalhar no âmbito da Astronomia na região de Leiria.
31 dezembro, 2007
Para entrar no Ano Novo como deve ser
ESPERANÇA
O poema quer nascer das trevas.
Está nas palavras, e não as sei.
É como um filho que não tem caminho
No ventre da mãe.
Dói,
Dói,
Mas a negar-me teimosamente
A todos os acenos libertadores
Do desespero dilacerado.
No silêncio cansado
E paciente
Canta um galo vidente.
E diz que cada dia
Que anuncia
É sempre um dia novo
De renovo
E poesia.
Coimbra, 31 de Dezembro de 1989
in Poesia Completa II - Miguel Torga
O Novo Modelo de Gestão das Escolas: Que Debate Público?
A colega Isabel Guerreiro enviou-me a peça do Público de ontem sobre este tema (clicar para aceder à imagem e aumentar) e uma proposta, em forma de desafio, que espero divulgar ainda hoje, acerca da possibilidade de, partindo da blogosfera, se alargar um debate público sobre o tema que saia dos gabinetes e envolva muitos dos mais interessados pelas mudanças anunciadas.
Contactei desde já alguns colegas (docentes, autores de blogues) no sentido de saber a opinião de cada um sobre a possibilidade de fazer tal iniciativa no curto espaço de tempo que temos e com as magras disponibilidades que sobram depois do nosso trabalho quotidiano. E em que modalidade o fazer: apenas na blogosfera, com um suporte físico numa reunião ou numa rede de encontros regionais/locais. E com que protagonistas: apenas docentes, convidando outras personalidades, etc, etc.
E continuam as experiências...
Pela mesma ordem de ideias, também estabelecimentos de ensino poderão não ser dirigidos por professores.
Mas uma coisa é "poderão não ser" e outra, muito diferente, é "não poderão ser"...
25 dezembro, 2007
Presépio em 2007
1. O Presépio não deve ter Vaca, a menos que esta tenha atestado de sanidade veterinária a comprovar que não está louca... Esta não pode ser substituída por outros animais, nomeadamente aves (por causa da gripe das aves) ou porcos (por causa do recente surto de doença vesicular).
2. A presença de Reis Magos não é aconselhável, visto que, do ponto de vista racial, é pouco representativa da variedade humana (só é aceitável se tiver um europeu mediterrânico, um europeu de leste, um europeu germânico, um africano, um bosquímane, um árabe, um aborígene australiano, um índio da América do Sul, um índio da América do Norte, um inuit, um tailandês, um indiano, e um chinês).
3. Na remota possibilidade de terem todos estes Reis Magos no Presépio, há ainda o problema da montada: este ano não há Camelos, visto estarem quase todos a protestar na margem sul do Tejo - os três que restavam são actualmente ministros e não tiveram direito a férias...
4. O Presépio não deve ter Burro, visto este ter ficado na Escola a dar aulas de substituição, a preparar as próximas aulas de recuperação e a tentar ler os 593 textos que o Ministério tentou publicar na paragem de aulas do Natal.
5. A presença de Maria e José não é aceitável, porque estes têm de ir à Escola para avaliar o Burro - eles queriam era avaliar a Ministra da Educação ou os respectivos Secretários de Estado desse Ministério, mas estes não são avaliáveis...
6. É ainda totalmente proibido fazer o Presépio em Estábulos e Grutas, pois a ASAE está a verificar que estes não estão em conformidade com as normas europeias e quem o fizer sofre coima elevadíssima. Os outros locais só serão licenciáveis se tiverem casa de banho anexa, locais refrigerados para guardar alimentos, palha certificada e licença de habitabilidade passada pela respectiva Câmara Municipal.
7. Não se recomenda o nascimento de Jesus em Maternidades pequenas do interior porque estas têm uma elevada taxa de cesarianas, que como se sabe é má para a saúde materno-infantil (e há ainda o problema de ser uma cesariana, derivada da palavra César, o Imperador romano, o que não é aceitável para uma família judaica...). Em dúvida fazer mesmo o parto numa belíssima ambulância, que agora têm um kit de partos que é melhor que a maioria das maternidades portuguesas.
8. O Presépio ficou proibido de ter Menino Jesus, pois foi considerado pelo Tribunal de Menores um descarado aproveitamento de uma criança, além de que a Relação de Coimbra ordenou a entrega do menor ao Pai biológico antes do Natal (embora ainda haja dúvidas sobre a paternidade, pois a audição ao Arcanjo Gabriel foi inconclusiva e o teste de ADN ainda não voltou do Reino Unido).
9. É proibida a utilização no Presépio de objectos de barro, a menos que a argila e tintas sejam previamente certificadas pelo IPQ, bem como a empresa que as produziu.
10. A utilização do Pinheiro de Natal só será autorizada desde os mesmos sejam abatidos em local autorizado pelo Ministério da Agricultura e seja paga a taxa de reciclagem dos mesmos à Sociedade Ponto Verde. A utilização de luzes de Natal só será permitida se estas tiverem avaliação do índice de consumo energético feito pela IGAE (classes A ou B) e estiverem a ser usadas com energia eléctrica proveniente de fontes eólicas, geotérmicas ou das ondas.
11. Dado que não há acordo entre os astrónomos acerca do que seria a Estrela de Natal (uma Nova, uma Supernova, um Cometa ou a Conjunção de Júpiter com Saturno) esta deverá ser removida do Presépio, até novas ordens.
12. Não deve haver pastorinhos menores ou idosos no Presépio, visto que as crianças não devem ser exploradas e os idosos têm direitos...
13 O Presépio não deve ter objectos ou representações de coisas que ofendam outras opiniões, crenças ou religiões (é proibido ter imagens de seres vivos, por causas dos muçulmanos, imagens de anjos, por causa das religiões animistas, musgo ou palha, por causa dos ecologistas, ou ainda representações de templos, por causa de todas as religiões).
Se cumprir com todos estes aspectos poderá ainda fazer o Presépio, se pedir autorização à Comissão da Liberdade Religiosa, dirigida ao Dr. Mário Soares, com 3 meses de antecedência. E nem pensem em Pai Natal, porque este ano ele não vem, pois a Força Área teve de o abater por excesso de velocidade e por não ter respondido à Torre de Controle de Tráfego Aéreo...
21 dezembro, 2007
Boas Festas...
19 dezembro, 2007
35 anos depois - última missão tripulada à Lua - IV
Harrison "Jack" Schmitt (Santa Rita, Novo México, EUA – 3 de Julho de 1935) é geólogo, Astronauta, ex-Senador dos Estados Unidos e foi o 12º e último homem a pisar na superfície da Lua, como membro da missão Apollo 17, a última a pousar no satélite em Dezembro de 1972.
Antes de se juntar à NASA, como membro de primeira equipe de astronautas-cientistas da agência espacial em 1965, “Jack” Schmitt trabalhou no Centro de Astrogeologia dos Estados Unidos, onde realizou diversas experiências e desenvolveu técnicas de geologia de campo que viriam a ser utilizadas pelas tripulações das missões Apollo. Após sua admissão, Schmitt exerceu um papel chave no treinamento dos astronautas da Apollo para ajudá-los a ser bons observadores geológicos quando estivessem na órbita lunar e competentes geólogos de campo na superfície do satélite. Após o fim de cada missão, ele participava dos exames e avaliações do material recolhido e ajudava as equipes nos aspectos científicos de suas missões.
Como ele era o único geólogo profissional no grupo de astronautas, e havia-se graduado na pilotagem dos módulos de comando e lunar, não foi surpresa quando foi escolhido para se tornar tripulante da última das missões lunares, a Apollo 17, onde exerceu um trabalho fundamental no exame e recolha de materiais rochosos da região lunar de Taurus-Littrow, em companhia do comandante da missão, Eugene Cernan. Na volta para a Terra, Schmitt tirou uma das mais famosas e divulgadas fotografias da terra vista do espaço, A Bola Azul, mostrando integralmente todo o planeta azul e esférico brilhando no espaço.
Em Agosto de 1975, Harrison Schmitt deixou a NASA para concorrer ao Senado americano pelo Partido Republicano e foi eleito Senador pelo estado do Novo México, seu estado natal. Derrotado nas eleições para um segundo mandato, passou a trabalhar como consultor em Geologia, Espaço e políticas públicas.
Ainda hoje ele continua advogando o retorno a Lua, para que se possa utilizar o satélite como fonte de Hélio-3, um tipo de isótopo radioativo de hélio abundante na Lua, combustível fundamental para o desenvolvimento de reatores nucleares a serem usados como propulsores de motores de naves espaciais, capaz de atingir velocidades muito maiores que as actuais, possibilitando a exploração espacial dos satélites e planetas mais distantes do nosso sistema solar.
Eugene Andrew Cernan (Chicago, 14 de Março de 1934) é um ex-astronauta norte-americano, filho de mãe checa e pai eslovaco, que esteve no espaço por três vezes, na última delas como comandante da Apollo 17, a última das missões Apollo a pousar na Lua.
Cernan foi o 11º astronauta a pisar em solo lunar e seu co-piloto Harrison Schmitt o 12º e último, de todos os astronautas que exploraram o satélite, já que, como comandante, ele era o primeiro a descer da nave. Entretanto, Cernan exibe até hoje o título – que inclusive é o nome do livro com as memórias de suas viagens espaciais – de “O Último Homem na Lua” - já que, também por ser o comandante, foi o último a re-entrar no Módulo Lunar para a viagem de volta, sendo suas as últimas pegadas feitas na superfície da Lua trinta e cinco anos atrás.
Astronauta dos programas Gemini e Apollo, Eugene Cernan viajou para a Lua em duas ocasiões diferentes, a primeira apenas sobrevoando o satélite na Apollo 10 e a segunda comandando a Apollo 17 e pousando na região de Taurus-Littrow. Nesta missão, ele e Harrison Schmitt, seu parceiro de viagem, passaram três períodos em actividades extra-veiculares na superfície, cobrindo um total de 22 horas fora do Módulo Lunar Falcon, em comparação com as duas horas dos pioneiros Neil Armstrong e Edwin Aldrin três anos antes. Também quebraram os recordes de quantidade de material geológico trazido de volta e dirigiram mais de 35 km o jipe lunar pela superfície de Taurus- Littrow.
Quando Eugene Cernan se preparava para subir a escada do módulo Falcon de volta para a Terra, ele disse as palavras que se tornaram as últimas de um ser humano na face da Lua: “No momento em que deixamos a Lua e Taurus-Littrow, partimos como chegámos, e se for a vontade de Deus voltaremos com paz e esperança para toda a Humanidade. Quando dou estes últimos passos para fora da superfície lunar, gostaria de lembrar que o desafio da América de hoje, forjou o destino do homem do amanhã. Deus abençoe a tripulação da Apollo 17”.
Ronald Ellwin Evans Jr. (St. Francis, 10 de Novembro de 1933 — Scottsdale, 7 de Abril de 1990) foi um astronauta dos Estados Unidos e tripulante da missão Apollo 17, a última a pousar na Lua, em Dezembro de 1972.
"Ron" Evans fez seus estudos secundários e universitários em instituições de seu estado natal do Kansas e em 1957 completou seu o treino posterior como piloto naval de combate. Foi nesta função, enquanto servia a bordo do porta-aviões USS Ticonderoga durante a Guerra do Vietnam, que ele recebeu a notícia de sua selecção para o treino de astronauta da NASA, no qual havia se inscrito.
Evans entrou para a NASA no grupo de dezanove astronautas seleccionados em Abril de 1966 e após o período de treino serviu como membro das equipes de apoio das missões Apollo 7 e Apollo 11 e comandante reserva da Apollo 14.
Seu vôo no espaço deu-se como piloto do Módulo de Comando Americano da missão Apollo 17, a última missão lunar, junto com os astronautas Eugene Cernan, comandante da missão e Harrison Schmitt, piloto do Módulo Lunar Falcon. Enquanto os dois últimos desciam na Lua, ele permaneceu em órbita realizando observações geológicas da superfície, tirando fotografias de alvos específicos no satélite. Na viagem da volta para a Terra, ‘Ron’ realizou actividades no espaço durante uma hora e seis minutos, saindo da Apollo para recolher câmeras e cassetes e fazer uma inspecção visual da área de carga da nave.
Após servir como piloto reserva da missão americano-soviética Apollo-Soyuz, que realizou o encontro em órbita entre naves espaciais dos dois países, em 1975, e de participar do programa de desenvolvimento do vai-vem espacial, Ronald Evans retirou-se da NASA em Março de 1977 e tornou-se um executivo da indústria de carvão.
Condecorado várias vezes pela NASA e pela Marinha dos Estados Unidos, ele morreu de ataque cardíaco em Abril de 1990 na cidade de Scottsdale, estado do Arizona, deixando mulher e dois filhos.
John Fitzgerald Kennedy (Brookline, Massachusetts, 29 de Maio de 1917 — Dallas, 22 de Novembro, 1963) foi um político americano e o 35° presidente de seu país (1961–1963).
Sua família era de ascendência irlandesa e tradicionalmente católica. Kennedy era filho de Joseph P. Kennedy, embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido no fim dos anos 30. Formou-se em Relações Internacionais na Universidade de Harvard em 1940. Serviu na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, sendo ferido em Guadalcanal em 1943. Condecorado por bravura, afastou-se do serviço militar por problemas na coluna vertebral. Ainda quando jovem, participou do Movimento Escuteiro.
Desafio da conquista da Lua
Kennedy foi o presidente dos Estados Unidos que lançou o desafio de chegar a Lua em uma década, que resultou no Projeto Apollo. No famoso discurso em 1961 Kennedy lançou o desafio de "enviar homens a Lua e trazê-los de volta a salvo".
"I believe this nation should commit itself to archieving the goal, before this decade is out, of landing the man on the moon and returning safely to Earth."
"Eu acredito que a nação deva se comprometer para alcançar o objetivo, antes do fim da década, de aterrissar o homem na lua e fazê-lo voltar em segurança para a Terra."
Em outro discurso na Universidade Rice suas palavras foram: We choose to go to the moon. We choose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard ("Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis").
14 dezembro, 2007
Escola na Natureza
As escolas podem-se inscrever, mediante validação de utilizador (código GIASE) e respectiva palavra-chave.
O principal objectivo do projecto “Escola na Natureza”é facultar a todos os cidadãos formação na área do ambiente e da sustentabilidade. Esta formação ocorre nas Áreas Protegidas (AP’s) nacionais, onde alunos do 8.º ano permanecem dois dias (e uma noite) e onde realizam um conjunto de actividades didácticas elaboradas por técnicos do ICN e das DRE, com o parecer da DGIDC.
O projecto “Escola na Natureza” teve o seu início em 2005 e tem sido desenvolvido através da colaboração entre o Instituto da Conservação da Natureza (ICN), a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) e as Direcções Regionais de Educação (DRE), do continente.
O projecto contou com uma fase experimental com duração de dois anos e encontra-se agora na sua fase de expansão. Espera-se a médio prazo envolver todas as AP’s nacionais de forma a oferecer o programa a todos os alunos do 8º Ano de escolaridade. Assim, ao concluírem a escolaridade obrigatória todos os cidadãos terão tido acesso a esta formação.
O principal objectivo do projecto “Escola na Natureza” é facultar a todos os cidadãos formação na área do ambiente e da sustentabilidade. Esta formação ocorre nas Áreas Protegidas (AP’s) nacionais, onde alunos do 8.º ano permanecem dois dias (e uma noite) e onde realizam um conjunto de actividades didácticas elaboradas por técnicos do ICN e das DRE, com o parecer da DGIDC.
As escolas podem-se inscrever, mediante validação de utilizador (código GIASE) e respectiva palavra-chave.
35 anos depois - última missão tripulada à Lua - III
12 dezembro, 2007
As prendinhas científicas de Natal do LIDL
1. Telescópio Skylux - 79 €
- Ampliação de 35 até 175x;
- Distância focal: 700 mm;
- Visor 6x25 - facilita a descoberta rápida de objectos;
- 3 oculares (20/12/4 mm) para observação de estrelas, galáxias, Lua ou planetas;
- Lente de 1,5x que possibilita a reprodução de imagens durante observações terrestres;
- Inclui: Software e tripé em alumínio regulável em altura;
- Garantia de 5 anos;
- Este artigo só está disponível nos seguintes distritos: Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Viseu (excepto concelho de São Pedro do Sul), Leiria, Santarém, Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre e Setúbal.
NOTA: Bom refractor (luneta) com bom tripé, excelente para iniciação e pequenos utilizadores. Preço excelente.
2. Telescópio terrestre - 149 €
- Ampliação de 25 até 75 x;
- Prismas BaK-4 de elevada qualidade;
- Protecção integrada contra sol e orvalho;
- Campo de visão máximo: 19 m/1000 m;
- Diâmetro de objectiva: 90 mm;
- Resistente à humidade e salpicos de água;
- Acessórios: tripé estável de metal, filtro especial para observação lunar, adaptador para câmara digital e tampas protectoras;
- Garantia de 5 anos;
- Este artigo só está disponível nos seguintes distritos: Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e concelho de São Pedro do Sul, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Viseu, Leiria, Portalegre e Santarém (excepto concelho de Coruche).
Fora de Leiria há ainda as seguintes hipóteses:
3. Telescópio refractor - 199 €
- Ampliação 14 até 262,5x;
- Distância focal: 350mm;
- 45° Prisma Amici;
- 3 oculares (25/12/4 mm) para observação de estrelas, galáxias, Lua ou planetas;
- Lente de Barlow para uma triplicação da distância focal;
- Comando por computador AutoStar que permite uma navegação celeste automática (guia do menu em inglês);
- Inclui: Software Astro, tripé em alumínio regulável em altura e mochila;
- Garantia de 5 anos;
- Este artigo só está disponível nos seguintes distritos: Aveiro (excepto concelho de Anadia e Águeda), Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Setúbal, concelhos de Coruche e São Pedro do Sul.
NOTA: Bom refrator (luneta) com excelente tripé, excelente para observação astronómica. É um Meade...! Preço excelente...
4. Aparelho de visão nocturna - 179 €
- Ampliação 3,1x;
- Distância focal: 50 mm;
- Diafragma 1:1.2.;
- Ideal para actividades ao ar livre;
- Poderoso iluminador de infra-vermelhos;
- Diâmetro da lente 42 mm;
- Funciona a pilhas 2xAA (incluídas);
- Garantia de 5 anos;
- Este artigo só está disponível nos seguintes distritos: Aveiro (excepto concelho de Anadia e Águeda), Beja, Braga, Bragança, Faro, Évora, Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, concelhos de Coruche e São Pedro do Sul.
NOTA: Aparelho para observações terrestres nocturnas, não recomendado para observações astronómicas. Preço razoável.
11 dezembro, 2007
35 anos depois - última missão tripulada à Lua - II
Rover lunar da missão apollo XVII
Harrison H. Schmitt
Eugene A. Cernan
Mais informações AQUI.
Marte cada vez maior
08 dezembro, 2007
FASCINIO (Feira de Astronomia e Ciência do NUCLIO)
Caros amigos:
Gostaria de convidá-los para a 4a edição da FASCINIO (Feira de Astronomia e Ciência do NUCLIO) que terá lugar de 14 a 16 de Dezembro no Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal em S.Pedro do Estoril. As actividades do dia 15 são especialmente dedicadas aos professores. Disponibilizaremos uma mostra de algumas das actividades promovidas no âmbito do projecto Hands-on Universe.
Toda a programação está disponível em:
http://www.nuclio.pt/projectos/000067.html
Apareçam,
Rosa Doran
www.nuclio.pt
www.globalhou.net
www.portaldoastronomo.org
07 dezembro, 2007
35 anos depois - última missão tripulada à Lua - I
- TRIPULAÇÃO:
- Eugene Cernan – Comandante
- Harrison Schmitt – Piloto do Módulo Lunar
- Ronald Evans – Piloto do Módulo de Comando
- Missão: 6º Pouso na Lua
- Lançamento: 7 de Dezembro de 1972
- Pouso Lunar: 11 de Dezembro de 1972
- Local de Pouso: Taurus-Littrow
- Retorno à Terra: 19 de Dezembro de 1972
- Módulo de Comando: America
- Módulo Lunar: Challenger
Bandeira portuguesa - do Espaço para Coimbra
06.12.2007 - 15h21 Susana Almeida Ribeiro
Uma pequena bandeira portuguesa subiu a 333 quilómetros de altura numa missão espacial da NASA. Finda a viagem, a bordo do vaivém Atlantis, a bandeira aterrou ontem no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, no dia em que o espaço museológico cumpriu um ano de existência.
A oferta da agência espacial norte-americana foi feita por intermédio da embaixada dos EUA em Lisboa e teve como ponto de partida as diversas interacções que o museu foi mantendo com a NASA durante o último ano. A ideia partiu de uma cientista da agência espacial, Elizabeth Williams, que esteve em Coimbra em Abril deste ano. Dois meses depois, entre 8 e 22 de Junho, a bandeira verde e vermelha voou a bordo do vaivém, estando agora afixada na parede do Museu da Ciência.
O director do espaço, Paulo Gama Mota, adiantou ao PUBLICO.PT que a NASA se "disponibilizou para oferecer a bandeira; faltava escolher uma data e achámos que a data apropriada seria quando o museu fizesse um ano".
Dezasseis mil visitas depois da abertura das portas ao público, Gama Mota reconheceu que "o trabalho não tem sido fácil", mas tem sido "recompensadora a forma como as pessoas têm reagido ao projecto" e também o "bom acolhimento" por parte da comunidade científica.
Durante a sessão de ontem foi igualmente lançado o concurso Descobre o Teu Céu, destinado a crianças e jovens do ensino básico e que tem como lema descobrir novas constelações e contar uma história a partir desse achado. A iniciativa insere-se nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia, que decorre em 2009.
Durante a festa do primeiro aniversário houve ainda tempo para umas demonstrações de ciência ao vivo. Pode martelar-se um prego com uma banana? Pode, se a banana for mergulhada em azoto líquido, tornando-a dura como um martelo. O elemento gasoso serviu ainda para fabricar um gelado caseiro com direito a congelação instantânea.
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, que se espera que venha a reunir o espólio científico disperso pelos vários museus universitários, exibe desde a sua abertura a exposição permanente Segredos da Luz e da Matéria, que convida os interessados a manusearem os instrumentos que explicam determinados fenómenos científicos, tal como a ascensão de um balão de ar quente, o preferido de Rodrigo Conde, de sete anos, que ontem corria entusiasmado pelos corredores do museu pela mão da mãe.
O museu tem como parceiros a própria universidade e a Câmara de Coimbra, e conta com os apoios da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian. O museu recebeu uma menção honrosa, em 2006, na atribuição do prémio de melhor espaço museológico português, pela Associação Portuguesa de Museologia.
in Público - ler notícia
06 dezembro, 2007
Passeio aleatório
CONVITE
A ALMEDINA e a GRADIVA têm o prazer de convidá-lo(a) a estar presente na sessão de apresentação da obra
Passeio Aleatório pela Ciência do Dia-a-dia
de
A sessão terá lugar no dia 7 de Dezembro de 2007, pelas 19 horas, na Livraria Almedina do Atrium Saldanha (loja 71, 2.º piso), em Lisboa.
A apresentação da obra estará a cargo de Helena Roseta e Henrique Monteiro.
Seguir-se-á uma sessão de autógrafos.
A ciência está omnipresente no mundo moderno. Ao ligar uma fotocopiadora,usa-se um princípio quântico. Ao escrever um email, o computador traduz as nossas palavras para uma codificação binária. Ao cozinhar um peru, usam-se leis da termodinâmica. Mas nem sempre se tem consciência dos princípios científicos que se usam. Dever-se-ia ter? Ou bastará usar a ciência e a técnica como caixas negras de sucesso inexplicável? A visão das pessoas de ciência e a visão das pessoas das humanidades são diferentes? Deverão ser?
05 dezembro, 2007
35 anos desde a última ida à Lua
Para já ficam as seguintes sugestões de sites para visita:
04 dezembro, 2007
Um ano de Museu da Ciência de Coimbra
Um ano de Museu da Ciência
5 de Dezembro de 2007
Iniciativas com entrada gratuita
A BANDEIRA QUE VEIO DO ESPAÇO - 17.00 horas
A NASA oferece ao Museu da Ciência uma bandeira portuguesa que já esteve no espaço
DESCOBRE O TEU CÉU - 17.30 horas
Lançamento nacional do concurso Descobre o teu céu, destinado às escolas básicas de todo o país, uma iniciativa do Ano Internacional da Astronomia
CIÊNCIA AO VIVO - 18.00 horas
Flores que se estilhaçam, papel que não arde – experiências extraordinárias ao vivo
03 dezembro, 2007
GPS em Marte??
Ainda Marte
30 novembro, 2007
Vergonha...
Mas, se o arrependimento matasse... Cheguei à Escola e quase não havia funcionários (isto é um exagero, pois, desde que a Escola foi agrupada, o facto de as nossas Escolas do 1º Ciclo precisarem de funcionários roubou, à Escola-Sede, já 6 funcionários - o Bar passou a fechar ao Almoço, a Papelaria agora vai passar a fechar de tarde e assim sucessivamente...). Mas, quando me dirigi ao Bar, para comer no intervalo das 10.00 horas, apercebi-me de muito barulho (os nossos miúdos a protestar...) e da porta fechada... Voltando à Sala dos Professores, uma colega caridosa arranjou-me meia maçã (o que é, para um corpinho Danone como o meu, manifestamente pouco...) e ao perguntar aos colegas do Conselho Executivo porque a Escola não fechava foi-me dito, taxativamente, que tinham ordens...!
Se as primeiras aulas foram complicadas, as segundas (com uma aluna quase a desmaiar de fome...) foram indescritíveis. E quando tentei levar os meus alunos ao café mais próximo foi-me dito, taxativamente, que tal não era possível. Felizmente nessa altura apercebi-me que a Chefe dos Funcionários estava a distribuir pão simples e pães de leite aos alunos (quem paga o prejuízo à Escola...?) o que amenizou a situação...
Este é um dia em que um homem tem muita vergonha de dizer que é funcionário público e funcionário do Ministério da Educação.
HAJA VERGONHA...!
28 novembro, 2007
Marte
Aqui deixo um registo do passado dia 27/11/07, pelas 23h30m. Toucam + C11.
As condições atmosféricas não eram as melhores, havendo muita turbulência devido ao calor irradiado pelos telhados e chaminés vizinhas...
JC
26 novembro, 2007
The Galileo Project
Na Fronteira da Ciência
Com a seguinte programação:
12.12.07
Conjectura de Poincare: Geometria para entender o Universo
Marcelo Viana
IMPA - Instituo Nacional de Matemática Pura e Aplicada
Rio de Janeiro
30.01.08
Podemos prever um tsunami?
Ana Viana Baptista
ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
20.02.08
Vacas loucas, leveduras neuróticas, e regresso ao futuro
Tiago Fleming de Oliveira Outeiro
Intituto de Medicina Molecular
Universidade de Lisboa
26.03.08
Icebergs, neve e muitos pinguins: As razões do ano polar internacional
José Xavier
Centro de Ciências do Mar
Universidade do Algarve
16.04.07
O Nascimento da célula - uma visita guiada através do microscópio
Helder Maiato
Instituto de Biologia Molecular e Celular
Universidade do Porto
14.05.08
O papel revolucionário da nanotecnologia e das células estaminais na medicina regenerativa
Manuela Gomes
IDD - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação
16.07.08
Na Fronteira do Universo: em busca do fim da idade das trevas
José Manuel Afonso
Observatório Astronómico de Lisboa
Fonte: Blog GeoLeiria - post de Sofia Reboleira
Página da Internet da associação ORION
25 novembro, 2007
António Rómulo Gedeão de Carvalho...
SCT 2007 - Tertúlia on-line XI
Era uma vez um Cientista com alma de Poeta.
Era um Senhor (muito sério) com uma vontade juvenil de escrever.
Era um Professor (um Mestre) que era trocista sem saber.
Era um Anarquista com regras e vontades...
Obrigado, Rómulo, por teres sido outro pai fundador,
agora do saber científico que não te merecia,
escritor de manuais escolares e livros científicos,
que o meu avó e o meu pai e eu (e um dia meu filho) leram.
Saciaste a nosso sede de saber e tudo fizeste para combater a ignorância.
Mas, acima de tudo, António, é a ti que estamos mais agradecidos.
A tua Poesia, clara e científica mas bela e que chegava ao coração,
fez mais por nós do que tu podias pensar.
A tua Poesia é bela como a Física (e a Química, e a Astronomia, e a Biologia...).
Escreveste como um Pintor renascentista pintaria este Mundo.
O teu sarcasmo tudo mostrava, singelo e único, sem artifícios.
E, sendo quem eras, soubeste partilhar connosco as tuas Letras.
Obrigado Rómulo.
Obrigado António...
NOTA: Poema inédito, de Pedro Luna, publicado originalmente no Blog Geopedrados em 24.11.2005.
SCT 2007 - Tertúlia on-line IX
Publiquei o ano passado no Geopedrados, em post de 21.11.2006, este poema de uma nossa leitora, a Madalena, autora do Blog Pomarão e na altura então com 9 anos. É uma honra pudermos republicar a sua homenagem a Rómulo de Carvalho:
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho
Tem seu pseudónimo
António Gedeão
Nome engraçado
Pois termina em ão!
Poesia escreveu
Com palavras rimou
Algumas profissões escolheu
Um rumo tomou.
Pedra Filosofal
Lágrima de Preta
Seus mais conhecidos poemas
Bonitos de encantar
Muitos o leram
Como ele quiseram rimar.
Investigações fez
Deu-as a Portugal
Nobre país
Sua terra natal.
Importante foi
Rómulo de Carvalho
Em sua honra vamos ler
Estes versos
Em seu centenário.
SCT 2007 - Tertúlia on-line VIII
XIII Feira Internacional de Minerais de Coimbra
Na presente edição de 2007, a XIII Feira Internacional de Minerais de Coimbra irá contar com quase duas dezenas de expositores e estará aberta ao público em geral entre sexta-feira (30 de Novembro) e Domingo (2 de Dezembro), das 10.00 h às 20.00h, no átrio do Edifício do Colégio de Jesus, frente ao Laboratório Chimico, em plena alta universitária.
Com uma dimensão e afluência que a tornam numa das maiores do país, constitui também uma oportunidade soberana para adquirir peças de colecção de locais distantes, objectos raros ou de rara beleza, adornos exóticos e gemas com poderes curativos, ou ainda (…e porque não?) para passar uns momentos agradáveis em contacto com o mundo natural e os seus tesouros.
Em consonância com o horário da feira, o Museu Mineralógico e Geológico e o Museu Zoológico vão permanecer também abertos ao público, possibilitando a todos uma manhã ou um fim de tarde dedicados à descoberta da história natural.
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24 novembro, 2007
SCT 2007 - Tertúlia on-line VII
Poema do eterno retorno
Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
se a mesma causa desse sempre o mesmo efeito
e para o mesmo efeito houvesse sempre a mesma causa,
então o meu salgueiro
havia um dia de ressuscitar.
Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
eu próprio,
na efemeridade eternamente repetida
deste momento de agora,
tornaria a rever o meu salgueiro.
Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
os milhões de milhões de milhões de átomos
que compõem os milhões de milhões de milhões de galáxias
dispostos de milhões de milhões de milhões de maneiras diferentes,
teriam forçosamente de repetir,
daqui a milhões de milhões de milhões de séculos,
exactíssimamente a mesma posição que agora têm.
E então,
nesse dia infinitamente longínquo mas finitamente próximo,
eu, Fulano de Tal,
Filho legítimo de Fulano de Tal e de Dona Fulana de Tal,
nascido e baptizado na freguesia de Tal,
a tantos de Tal,
neto paterno de Fulanos de Tal,
e materno de Tal e Tal,
etc. e tal,
se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
encontrar-me-ia no mesmo ponto do mesmo Universo
a olhar parvamente para o meu salgueiro.
Isto, é claro,
se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos.
in Novos Poemas Póstumos (1990)
23 novembro, 2007
SCT 2007 - Tertúlia on-line VI
Lição sobre a água
Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
in Linhas de Força - António Gedeão
21 novembro, 2007
SCT 2007 - Tertúlia on-line V
Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.
Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.
Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.
Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.
Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.
Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.
in Novos Poemas Póstumos (1990)
SCT 2007 - Tertúlia on-line IV
Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
20 novembro, 2007
Semana da Ciência e Tecnologia 2007 - Tertúlia on-line II
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)
Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.
Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.
Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.
E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.
Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.
Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.
Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.
A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.
Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.
Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.
O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.
A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.
Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.
A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".
O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.
Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.
Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.
Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.
Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.
Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.
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