Em Lisboa
Astronauta tira dúvidas a crianças e esclarece se no espaço se usa fralda
“Os astronautas usam fraldas?”,  perguntou hoje uma criança a um astronauta norte-americano que, em  Lisboa, respondeu a esta e outras dúvidas numa sessão com os pés bem  assentes na Terra e marcada pela boa disposição.
Cerca de duas dezenas de  crianças entre os nove e dos dez anos espalhavam-se, ora sentadas ora  estiradas, por vários 'puffs' coloridos no palco do auditório do  Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, para uma conversa informal com  Larry Young, um astronauta norte-americano convidado no âmbito do  programa Professores MIT vão à escola.
De pé, o astronauta ia  respondendo às dúvidas, devidamente alinhadas em folhas de papel, com a  ajuda da directora do Ciência Viva, Ana Noronha, que fazia a tradução.
Num ambiente informal e  divertido, Larry Young explicou como os astronautas têm de se preparar  física e psicologicamente para ir para o espaço, que têm de saber muita  matemática e física, que a uma velocidade de 25 mil quilómetros entram  em órbita com a Terra, que no espaço um chupa-chupa flutua e que uma  bebida se espalha “por todo o lado”.
Na altura das dúvidas, eram  sempre vários os dedos que, apressados, surgiam no ar, mas as perguntas  eram muito mais centradas nos aspectos práticos da vida dos astronautas  do que na astronomia.
Assim, entre outras coisas, os  mais pequenos ficaram a saber que quando estão no espaço os astronautas  usam fraldas, que a comida é desidratada e que as gambas são um bom  petisco mesmo fora da Terra, que a higiene é feita com toalhetes e que  “o dia e a noite” alternam de 90 em 90 minutos na órbita da Terra.
Pelo meio foi incontornável a  conversa em torno do primeiro homem no espaço, Yuri Gagarine, o primeiro  a pisar a lua, Neil Armstrong, e até a famosa cadela russa Laika, o  primeiro ser vivo a aventurar-se fora da Terra.
No final da sessão, Larry Young  confessou à Lusa não estar habituado a dar aulas a crianças tão  pequenas, mas sim a alunos do secundário e universitários.
Contudo, considerou “inspirador  ver o interesse de crianças tão pequenas” e “muito importante” que elas  mantenham essa motivação.
“A impressão que tenho é de que  todas as crianças se interessam por espaço e por dinossauros e, uma vez  que sintam motivação para trabalhar nessa área, servirá para as  encorajar a estudar matemática física, química e as bases que servem  quase todas as outras áreas científicas”, acrescentou.
Segundo Larry Young, a pergunta  mais comum numa criança desta idade é “como é que se vai à casa de  banho”, enquanto os mais velhos querem saber como é o “sexo no espaço”.
A dúvida transversal a todas as  idades é apenas uma e tem a ver com o factor psicossocial: como é que as  pessoas se relacionam quando estão confinadas a uma cabine, durante  semanas ou meses?
 
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