Este local pretende ser o ponto de encontro obrigatório de todos aqueles que, sendo de Leiria e arredores, gostam de Astronomia, independentemente da sua idade, classe, grupo profissional, sexo, idade ou conhecimentos. Neste blog iremos disponibilizar informações de actividades, partilhar materiais e conhecimentos, trocar informações úteis e trabalhar no âmbito da Astronomia na região de Leiria.
26 outubro, 2007
24 outubro, 2007
M31 - Andromeda
Dentro de aproximadamente 3 mil milhões de anos, quem ainda viver na Terra assistirá a uma colisão cósmica entre 2 galáxias, a nossa e a de Andrómeda, que se encontram em rota de colisão.
Nessa altura, as duas irão fundir-se e dar origem a uma super-galáxia, desaparecendo para sempre o Sistema Solar como o conhecemos. Atirados para fora da órbita do Sol, a Terra deixará de ser o paraíso que hoje ainda é.
O que é surpreendente é que, de acordo com os cálculos científicos, a fase de gigante vermelha e consequente formação de uma nebulosa planetária não será a responsável pela destruição da Terra; o Sol, estrela com um período de vida de aproximadamente 10.000 milhões de anos (pensa-se que actualmente tem 5.000 milhões de anos) , deverá terminar a sua vida como uma bela nebulosa planetária, precedida de uma fase de expansão que irá aumentar o seu tamanho de tal forma que o seu diâmetro poderá ultrapassar a órbita de Marte... o que implicaria que a Terra fosse engolida e destruída pelo Sol neste processo!
Ora, parece que tal não acontecerá ao nosso planeta pois a colisão cósmica provocará alterações tais que, fora da órbita do Sol, a Terra simplesmente congelará... enquanto o Sol se tornará numa anã branca como resultado da explosão que dará origem à nebulosa planetária.
Deixo aqui a minha primeira fotografia à responsável pela destruição do nosso habitat.
A galáxia grande ao centro é Andrómeda. Vêem-se ainda 2 outras galáxias: em cima à esquerda (M110) e o ponto de luz redondo (M32), por baixo do centro de Andrómeda.
Outubro de 2007.
Post Editado: Este é apenas um dos possíveis cenários do que acontecerá dentro de 3.000 a 3.500 milhões de anos, quando as duas galáxias se abraçarem... tudo depende da localização do sistema solar no momento do encontro. Como a distância entre estrelas é demasiado elevada, as galáxias podem passar uma pela outra sem haver colisões de estrelas. A gravidade pode puxar-nos para o buraco negro central ou não, o sistema solar pode não ser desagregado, enfim... simulações e previsões.
20 outubro, 2007
Astronomia em Portugal fora de foco
«O Livro das Escolhas Cósmicas» já foi mencionado no De Rerum Natura. O seu autor, Orfeu Bertolami, faz um diagnóstico da investigação em astronomia no nosso país neste post convidado.
Na última década, a astronomia em Portugal fez progressos notáveis. No início da década de 1990 contavam-se com os dedos de uma mão os astrónomos profissionais a trabalhar em Portugal. No final do século passado, o país contava já com cerca de quarenta astrónomos doutorados, embora só cerca de um quarto detenha posições estáveis. Desde então a actividade está praticamente estagnada — ao ponto de, entre os jovens astrónomos que entusiasticamente responderam ao apelo desta fascinante actividade, alguns já se encontrarem na amarga situação de desemprego, depois de terem esgotado todos os meios de financiamento disponíveis a curto prazo. Acresce à gravidade desta confrangedora situação a possibilidade de muitos outros investigadores passarem à mesma condição num futuro próximo. Nunca é demais relembrar que os doutoramentos obtidos por estes jovens astrónomos, tanto no país como no estrangeiro, foram, via de regra e em larga medida, financiados pelo contribuinte português.
Se no início dos anos 1990, a astronomia foi considerada uma das prioridades científicas do país, dada a adesão de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (ESO) e o anseio de aderir à Agência Espacial Europeia (ESA), o que de facto se concretizou em 2001, parece não haver hoje grande interesse no desenvolvimento de raízes desta actividade. Assim, os assinaláveis ganhos científicos não se podem tornar no ponto de partida para a consolidação desta no sistema universitário; consequentemente, afasta-se a comunidade astronómica nacional da maturidade que esta disciplina tem adquirido na Europa, para além da já existente nos quatro grandes países — Alemanha, França, Itália e Reino Unido — que, ao longo da história, têm vindo a contribuir regularmente para a cultura astronómica.
Como é evidente, esta situação é de todo indesejável e prejudica os interesses do país a médio e longo prazo; impõe-se analisar as suas razões primeiras e procurar encetar um conjunto de medidas que visem recuperar a iniciativa e garantir a continuidade da astronomia em Portugal. É nossa opinião que a causa principal desta problemática está na incapacidade de resposta do sistema universitário. De modo geral, este sistema é opaco aos desenvolvimentos científicos mais importantes, e ainda não deu mostras de conseguir reagir positivamente às profundas alterações que tiveram lugar nas qualificações profissionais adquiridas pelas novas gerações de cientistas e investigadores portugueses. Não se vislumbra no seio do sistema universitário qualquer plano estratégico ou medidas de longo alcance para absorver a jovem geração de cientistas. É evidente que houve, ao longo dos últimos anos, inúmeras contratações de indivíduos e importantes mudanças de atitude relativamente à importância da investigação e da sua relação com o ensino. Porém, dificilmente podemos falar de uma estratégia ou de um genuíno interesse no bom acolhimento das novas gerações.
É relevante notar que o novo enquadramento jurídico das instituições de ensino superior que entrou em vigor no dia 10 de Outubro passado, não tem qualquer implicação directa para a problemática da absorção dos novos doutores. Pode quando muito, mitigar o problema quando vontade ou verbas para este fim houver. No caso específico da astronomia, a situação é, em certa medida, mais grave do que em outras áreas, dado que a actividade praticamente não existia no sistema universitário; como tal, não podia assim contar com as cumplicidades tão essenciais para uma boa assimilação e acomodação com as estruturas existentes. A experiência de transformação dos históricos observatórios astronómicos em activos centros de investigação das universidades também não tem sido completamente satisfatória, devendo-se essencialmente à insipiência das relações de colaboração científica e institucional e a alguma incompreensão relativa à dispersão temática que uma área de investigação inevitavelmente adquire, quando se instala num sistema onde não existia ou onde não tinha grande expressão. A inexistência de um laboratório ou estrutura nacional dedicado à astronomia também não facilita o desenvolvimento da actividade, pois não há uma base segura para a estabilidade laboral necessária para que a nova geração dê o seu contributo.
Note-se que a abertura fortuita de umas poucas posições de cinco anos, conforme anunciado no verão passado, vem naturalmente ao encontro das aspirações de alguns investigadores com sorte, porém dificilmente altera a natureza estrutural do problema.
Infelizmente, a situação presente contrasta com o optimismo que se respirava há poucos anos e com a notável expansão científica observada nos últimos tempos, tanto a nível quantitativo como qualitativo. Num estudo recentemente realizado por este autor sobre a evolução da cosmologia em Portugal nos últimos vinte anos, são objectivamente visíveis os avanços alcançados. É também notável que Portugal se destaque na Europa pelo vigor do progresso realizado nos últimos anos, para além da qualidade e da diversidade dos trabalhos realizados.
Assim, no nosso entender, é fundamental a criação de um ambiente conjunturalmente mais propício para o desenvolvimento da astronomia em Portugal. Tal passa por uma maior abertura do sistema universitário, o que exige, entre outras medidas de fundo, uma alteração do regime de contratações, que deve ser necessariamente desacoplado do processo de promoção dos docentes e investigadores que já se encontram no sistema.
Para além disto, seria importante que o país pudesse contar com um laboratório nacional para agregar as diversas competências e saberes. Uma estrutura desta natureza é perfeitamente compatível com os recentes esforços de constituição do consórcio Física N, que congregará as actividades de investigação em física nuclear, fusão nuclear e física dos plasmas, física experimental de partículas e computação avançada. Uma vertente de física do espaço, que unificasse esforços em ciência do espaço, astronomia, astrofísica, cosmologia e física de detectores seria um complemento lógico ao consórcio que se pretende criar. Como modelo de estrutura desta natureza, podemos mencionar o Instituto Kavli da Universidade de Chicago, uma congregação contemporânea de competências transversais para desenvolver investigação em cosmologia e que abriga astrónomos, cosmólogos, físicos de altas energias, especialistas em detectores e física do espaço. Para muitos especialistas em gestão científica, esta é a configuração organizacional ideal para se responder com inteligência e flexibilidade aos desafios do século XXI.
Conferência Ibérica de Arqueoastronomia
O Centro Multimeios de Espinho vai organizar a Iª Conferência Ibérica de Arqueoastronomia e Astronomias Antigas. Trata-se de um evento revestido do maior carácter científico e no qual se pretende compreender a relação que existe entre duas ciências, a Arqueologia e a Astronomia, nomeadamente na relação entre variados vestígios arqueológicos e a sua relação com o estudo da astronomia pelas designadas culturas ou civilizações antigas. Porém as balizas cronológicas são muito ténues e esta nova ciência abarca várias realidades temporais que vão para além das civilizações antigas e também diversos campos de estudo.
Dentro da comunidade científica internacional a Arqueoastronomia é considerada uma disciplina jovem, com pouco mais de vinte e cinco anos, mas onde muito trabalho tem sido desenvolvido. Tendo em conta que a Astronomia desempenha um papel muito importante na cultura de povos e civilizações, tem havido um trabalho sério de cooperação entre equipas de arqueólogos, historiadores e astrónomos. Assim, pretende-se reunir nesta Iª Conferência, trabalhos de investigação que se têm vindo a realizar no âmbito do espaço ibérico em áreas que se relacionam com a Arqueoastronomia, nomeadamente:
- Arqueologia
- Astronomia
- História da Astronomia
- Etnologia
- Pré-história
- História da arte
- Arquitectura
- História das mentalidades
- História das religiões
- História dos descobrimentos
- História da cultura das civilizações ancestrais
- História da literatura e da cartografia
Fonte:
19 outubro, 2007
O cancro que mata os professores
Mas, se calhar, o cancro que mata os professores tem outro nome - e para não dizer nada de que me arrependa, aqui ficam duas notícias, com três meses e seis dias de intervalo, a primeira de 11.07.2007 e a segunda de 17.10.2007:
in JN (11.07.2007) - notícia aqui
A legislação que rege as juntas médicas vai mesmo mudar. Depois de se conhecer, há um mês, o caso de uma docente que faleceu no activo por lhe ver recusada a reforma antecipada por doença incurável e, há 15 dias, o de outro professor; depois de a Ordem dos Médicos alertar para a necessidade de as juntas terem só médicos e não fazerem depender as suas decisões de critérios administrativos e financeiros; depois de os deputados do PS terem acedido a estudar como funcionam essas juntas; e depois de a ministra da Educação ter falado em aproveitamento político quando foi instada a pronunciar-se sobre os casos, o primeiro-ministro veio dar uma carga política à questão. E dizer-se chocado ao ponto de ordenar uma auditoria a todos os processos da Caixa Geral de Aposentações.
"Eu fiquei tão chocado como a opinião pública com esses dois casos e penso que não se devem repetir", disse ontem José Sócrates. Casos que "merecem resposta política", apesar de não competir ao Governo a decisão sobre baixas.
O primeiro-ministro afirmou ter dado "orientações ao Ministério das Finanças" para as auditorias "a todas as juntas médicas da área da Caixa Geral de Aposentações" (CGA) mal soube dos casos. E promete agora que a lei vai impedir que nenhuma junta terá membros não médicos e que a CGA lhes dará apoio técnico mas "não participará em nenhuma das decisões".
Esta sugestão fora já deixada pela OM, cujo bastonário vem agora "aplaudir" o anúncio de Sócrates. "O que o nosso país precisa é de auditorias", disse Pedro Nunes ao JN. Recorde-se que as juntas da CGA (que gere as reformas da Função Pública) são compostas por médicos do quadro ou contratados e têm as decisões validadas pelo médico-chefe do organismo.
A intervenção do primeiro-ministro no processo foi já aproveitada pelo CDS-PP, que vai pedir uma audição pública com pessoas envolvidas em casos semelhantes aos dos dois docentes, médicos e intervenientes em juntas e com especialistas em gestão da administração pública. De acordo com o deputado popular Pedro Mota Soares, pretende-se perceber "que tipo de alteração se impõe se nas próprias juntas médicas, se na legislação, ou, apenas numa coisa mais simples: a validação dada pelas autoridades". A iniciativa surge depois de o CDS ter sido acusado pela ministra da Educação de aproveitar politicamente o caso dos dois docentes. "A ministra nem reconheceu a gravidade da situação. Foi preciso o primeiro-ministro vir hoje reconhecê-la e dizer que são necessárias alterações", disse ao JN o deputado, que recebeu "várias queixas e denúncias anónimas de histórias relativamente semelhantes".
Caixa Geral de Aposentações recusa reforma a professora com cancro na língua
in Público (17.10.2007) - notícia aqui
A Caixa Geral de Aposentações (CGA) recusou a reforma por invalidez a uma professora de 50 anos a quem foi retirada parte da língua devido a um cancro, anulando uma decisão da junta médica que a tinha declarado permanentemente incapaz.
Em declarações à Lusa, Conceição Marques, professora do primeiro ciclo na escola básica da Regedoura, em Ovar, explicou que, em 2003, foi-lhe diagnosticado um cancro na língua, tendo sido submetida, em Abril do mesmo ano, a uma cirurgia para retirar uma parte substancial daquele órgão, o que a deixou com grande dificuldade em falar.
Na altura, foi-lhe dada uma baixa médica de 36 meses e, no final desse período, a Direcção Regional de Educação do Centro indicou-lhe que deveria pedir a aposentação por invalidez, um processo que se arrasta desde Novembro de 2005.
"Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar, sobretudo depois de algumas horas a dar aulas. Às vezes, durante as aulas, fico com lesões na língua, que começa a sangrar, e tenho de pedir a alguma colega ou funcionária da escola para ficar com as crianças", contou a docente.
CGA anula decisão de junta médica
Em Agosto do ano passado, Conceição Marques, que lecciona há 29 anos, foi chamada à primeira junta médica, que a declarou permanentemente incapaz para o exercício das funções, tendo-lhe sido atribuída a aposentação por invalidez.
No entanto, essa decisão acabou por ser anulada pela própria CGA, que alegou que tinha havido um erro no preenchimento dos relatórios por parte da junta médica.
Perante o incidente, a professora pediu uma junta médica de revisão, para a qual foi chamada já em Agosto deste ano. Na sequência da mesma, a CGA notificou-a para ir a uma consulta de otorrinolaringologia numa clínica do Porto, marcada para ontem, mas, quando lá chegou, disseram-lhe que não havia qualquer marcação e que a consulta não poderia ser realizada por ausência do médico.
"Não aguento mais dar aulas"
Conceição Marques tem agora uma nova consulta agendada para 23 de Outubro, mas, perante o arrastar da situação e os vários incidentes do processo, lamenta que a Caixa Geral de Aposentações "ande a brincar" com a sua vida.
"Não aguento mais dar aulas. Estou física e psicologicamente arrasada. Se eu morrer fico mais barata à CGA", afirmou a docente.
A indignação de Conceição Marques é ainda maior porque nunca tinha requerido baixas médicas ou a reforma, mesmo quando, antes deste processo, lhe foram diagnosticados outros dois cancros.
Em Julho de 1997, um cancro da mama obrigou-a a fazer uma mastectomia radical, retirando todo o seio direito, e quatro meses depois foi-lhe diagnosticado um outro tumor maligno no útero, o que levou à extracção daquele órgão e dos ovários.
"Mantive sempre a minha vida profissional sem alteração. Mesmo nos dias da quimioterapia, nunca faltei e nunca pus baixa médica", assegura a professora.
Hoje, no entanto, a situação é diferente. Conceição Marques afirma "não aguentar mais" e lamenta "não ser capaz" de dar aos seus 21 alunos do primeiro ano "tudo aquilo que merecem, inclusivamente estabilidade emocional".
"Não compreendo o que me estão a fazer. Não se faz a mim, mas também não se faz a estas crianças", considerou Conceição Marques.
Sindicato "exige que a tutela analise os casos"
A situação indignou o Sindicato dos Professores da Zona Norte, que "exige que a tutela analise os casos que envolvem a aposentação de docentes, concretamente no que toca à apreciação e decisão das juntas médicas".
"Já após o conhecimento de inúmeros casos de clara injustiça, onde docentes são obrigados a trabalhar em clara inferioridade física e psicológica, existem hoje situações que não foram alteradas e que, pelo contrário, se mantêm num impasse e seguem até contornos pouco claros", refere o sindicato, em comunicado.
A Lusa contactou o Ministério das Finanças, responsável pela Caixa Geral de Aposentações, mas não obteve resposta até ao momento.
Em Julho, o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou uma auditoria a todas as juntas médicas da CGA e mudanças na legislação que regula a sua composição.
A decisão surgiu na sequência da divulgação pública dos casos de uma professora de Aveiro com leucemia e de um docente de Braga com cancro na traqueia que trabalharam nas escolas praticamente até à data da morte, depois de lhes serem negados os respectivos pedidos de aposentação.
"Eu fiquei tão chocado como a opinião pública ficou com esses dois casos e penso que não se devem repetir", afirmou, na altura, José Sócrates.
Com a revisão da composição das juntas médicas, aprovada a 12 de Julho, o Governo definiu que estas passavam a ser exclusivamente constituídas por médicos e aumentou os direitos de recurso por parte dos requerentes de processos de verificação de incapacidade.
18 outubro, 2007
O Que Há Para Negociar ou Avaliar Com Gente Desta?
Também eu me distrai com a história das grelhas de avaliação e todo aquele rendilhado para preencher, quando afinal nada daquilo interessa caso tenhamos um acidente ou um percalço imprevisto e formos obrigados a faltar a um bloco ou dois de aulas e não o pudermos repor ou permutar.
Como se determina no número 7 do artigo 22º do decreto que está em “negociação” quem não der 100% das suas aulas nos diversos anos escolares em que for avaliado não poderá ter Excelente. O que significa que se eu apanhar qualquer doença nunca poderei ser excelente se faltar a um dia de aulas e não o conseguir substituir em todas as turmas. Ou quem fique encravado no trânsito. E já nem falo nas situações de gravidez.
Nem sei para que está lá no n.º 6 a previsão de quotas para as classificações. Com este regime é impossível a quem tenha uma vida normal, com percalços, familiares doentes que é preciso acompanhar, crianças sempre susceptíveis de adoecerem ou criarem situações de emergência, compromissos inadiáveis, chegar ao Excelente, a menos que mendigue permutas ou ande a dar aulas extra. Porque as substituições não chegam, mesmo que seja com planos de aula.
Não é que pretenda obter tal classificação, porque espero faltar mesmo só porque sim, por puro e simples mau feitio, mas já fui obrigado a recusar ir à cerimónia de entrega dos diplomas e medalhas de doutoramento na Universidade de Lisboa, assim como deixei de poder comparecer às reuniões de uma unidade de investigação a que pertenço na FCSH da Universidade Nova, pois sou um dos que têm o ME como tutela.
As minhas situações ainda são males menores, mas há outras (casos de doenças ou acidentes com alguma duração que impedem um sistema de permutas, em especial se acontecerem perto do final do ano lectivo) para as quais são incompreensíveis tais consequências, sendo absolutamente vergonhoso, indigno e mesmo asqueroso que isto seja implementado por gente que no passado teve um desempenho pessoal duvidoso exactamente na área da assiduidade. Tenha ou não a coisa sido lavada com legislação ou pareceres mais ou menos à medida.
Sendo que depois são esses que mandam para a comunicação social as bocas off the record sobre a falta de assiduidade dos professores ou que o que eles querem é faltar.
Recordemos o currículo de um certo SE lá pelas suas terras de origem ou mesmo as faltas da Ministra a reuniões em Bruxelas, logo em 2005, quando a imprensa se distraiu e noticiou tais ausências (tenho esse Expresso ainda guardado).
HAJA VERGONHA!
O Regresso do Professor(a) Como Missionário(a)
Não sei se já terão reparado como a política deste Governo em prol da natalidade está pensada de forma a não incluir os docentes nos incentivos à procriação.
Efectivamente, os docentes que ousarem procriar a quiserem beneficiar dos direitos paternais a que têm legalmente direito, verão quaisquer possibilidades de avaliação e progressão na carreira irremediavelmente comprometidas.
Uma professora que fique grávida, por exemplo, duas vezes num espaço de tempo que apanhe quatro anos lectivos e desfrute da natural licença de maternidade para cada uma das situações, verá a sua avaliação suspensa, o que para todos efeitos corresponde a um congelamento.
Um professor que seja pai e pretenda gozar os dias de licença correspondentes, caso não queira ver a sua avaliação prejudicada pelas faltas correspondentes, terá de repor todas as aulas que não der, mesmo que deixe todas as actividades planificadas com planos para as respectivas substituições.
Ou seja, sendo a licença destinada a atribuir um direito especial à paternidade, de acordo com o ME deve ser um “privilégio” a remover, pois o docente deve, na prática, dar exactamente as mesmas aulas. O que, na prática, significa que não gozará qualquer licença.
Estas situações, bem concretas e não caricaturais, estão em cima da mesa para aprovação pelo ME, exactamente quando o PM se arvora em campeão das políticas de natalidade. Há uns tempos, com a infelicidade que se lhe reconhece quando fala sem guião, a Ministra da Educação justificava penalizações semelhantes nos concursos para professor-titular, com a justificação que esse(a)s docentes já não estariam em idade de ter filhos. Não sei se agora considera que isso se aplica a toda uma classe, independentemente da idade.
Se lhes recomenda mais o celibato ou a castidade, como forma privilegiada de manifestação da excelência para progressão na carreira. Ou se considerará que esses factores devem ser pesados por quem pensar seguir a via da docência, como afirmou para o caso do desemprego. Não é exagero nenhum afirmar que nem Salazar avançou tanto nesta via tristonha e reveladora de uma mentalidade tacanha e autista em relação aos direitos das professoras.
Mas estas são situações que não atentam apenas sobre direitos adquiridos dos professores, atentam contra direitos adquiridos nas sociedades ocidentais democráticas que gostam de se apresentar como modelos para o resto do mundo.
E não são situações que, de modo algum, sejam significativas para o combate ao insucesso ou abandono escolar. Ou que, sequer, tenham relevo em matéria de combate ao défice orçamental.
São apenas sinais de uma profunda arrogância e desrespeito pelos indivíduos, enquanto cidadãos plenos. São quase apenas manifestações de despeito e desforço para com uma classe profissional.
E são obviamente situações de constitucionalidade mais do que duvidosa. Será por isso que agora acham que devem mudar a Constituição?
Posted by Paulo Guinote under Abusos de Poder, Avaliação, Carreira, Educação, Vergonhas
17 outubro, 2007
e-Learning - 4º curso Moodle
http://www.metododirecto.net/moodle/course/view.php?id=14
Se o e-Learning (aprendizagem por meio de redes electrónicas) é uma temática do seu interesse e pretende desenvolver competências em actividades de blended-learning (ensino misto), portfolio ou na dinamização de comunidades interactivas, inscreva-se neste curso e viva uma experiência enriquecedora de aprendizagem partilhada e de valorização pessoal:
http://www.metododirecto.net/moodle/mod/questionnaire/view.php?id=147
16 outubro, 2007
Adriano - 25 anos de saudade
Adeus Adriano...!
|
08 outubro, 2007
04 outubro, 2007
Sputnik - 50 anos...!
Sputnik, o satélite politicamente incorrecto
Faz amanhã (HOJE) 50 anos que «arrancou» a conquista do espaço
Por Nuno Crato *
Tinha eu cinco anos quando ouvi um nome novo e curioso: «Sputnik». Não me lembro desse momento, porque de pouco ou nada me lembro dessa altura, mas sei que anos depois a palavra mágica continuava a ser ouvida. E as conversas eram estranhas. O meu pai explicara-me que se tratava de um satélite artificial da Terra. O primeiro. E que tinha sido lançado pela União Soviética, uma país distante e misterioso que se identificava com «a Rússia», aquele lugar de que se falava a propósito de uma estação de rádio que era proibido escutar, dos pastorinhos de Fátima e de muitas outras coisas. Sabia-se, por exemplo, que Salazar não gostava da Rússia e, por isso, ao falar do Sputnik falava-se mais baixo e olhava-se à volta. Para mim, que era muito miúdo, era tudo um jogo misterioso.
Falava-se também de um professor universitário português que tinha dito que o Sputnik não existia, que era uma arma de propaganda comunista, pois era cientificamente impossível haver um satélite artificial da Terra. De repente, deixou de se falar desse professor universitário, pois os Estados Unidos tinham também colocado um satélite no espaço.
Anos mais tarde, muitos anos mais tarde, tentei reconstituir o que se passara. Ao que parece, o professor universitário não era um, mas sim dois: um em Lisboa e outro no Porto. Este último foi durante muitos anos alvo de chacota por parte dos seus alunos. O primeiro penso que também. Nunca consegui, no entanto, esclarecer completamente o que se passara. As lendas abundam, mas nomes concretos, declarações, registos, documentos, tudo isso falta.
E gostaria de esclarecer o que se passara pois creio que o episódio foi revelador e sintomático. Face aos progressos científicos de outros países respondia-se com desdém. E o desdém não era só dirigido «à Rússia». Era dirigido também aos Estados Unidos da América, país pelo qual Salazar nunca morreu de amores. Só alguns anos mais tarde percebi por que os progressos científicos dos norte-americanos eram também desdenhados.
Foi preciso passarem 12 anos. Lembro-me de ter visto na televisão imagens confusas de algo muito mais arrojado do que um satélite. Estava na praia do Baleal e a televisão existia no nosso país há poucos anos. Pouca gente a tinha. O aparelho onde vi as imagens estava num café cheio de gente. Tão cheio que era difícil aproximar-mo-nos do écran. Lembro-me que os meus pais estavam em Lisboa nesse dia. Como não tinham televisão, foram à Baixa, onde havia aparelhos a funcionar nas vitrines das lojas. Foi daí que viram as mesmas imagens que eu estava a ver. Imagens trémulas, pois tinham viajado 384 milhares de quilómetros. Era 20 de Julho de 1969. As imagens mostravam Neil Armstrong a pisar o solo da Lua.
Lembro-me de amigos dos meus pais acharem toda essa curiosidade e todo esse entusiasmo despropositados. Afinal, quem tinha aparecido na televisão eram americanos. Só teriam ido à Lua por dinheiro e despeito. Os russos tinham estado sempre à frente na corrida ao espaço, diziam, e os norte-americanos apenas tinham conseguido sucessos na fase final...
Nunca percebi muito bem como era possível que pessoas inteligentes pudessem rejeitar avanços científicos e tecnológicos. Como era possível haver professores universitários que escondessem a cabeça na areia dizendo que o Sputnik não existia?! E como era possível não se estar emocionado com a chegada do homem à Lua?! É de facto estranho, mas revela uma atitude que persiste. Ainda há poucos anos se ouviram intelectuais portugueses a protestar com a exploração de Marte.
Vou prosseguir a minha história. Passados outros tantos anos, fui estudar para os Estados Unidos, país que na altura não me fascinava especialmente, mas de onde regressei, quase 15 anos depois, completamente seduzido. Aí percebi o que se tinha passado depois do Sputnik. Ao contrário de esquecer a sua existência, os norte-americanos reagiram sacudindo a fundo a sociedade.
Em todo o lado se pensara em mudança. Começando no ensino. Reviram-se os programas, criaram-se escolas de elite, estreitaram-se as relações entre o ensino superior e o pré-universitário, estimularam-se programas de investigação. Preparou-se uma nova geração para a ciência. O Sputnik de 1957 criou ondas de choque que se propagaram até ao sucesso do programa Apolo de 1969.
No meio disto há um pequeno facto histórico pouco notado. O Sputnik russo foi lançado em Outubro de 1957. O primeiro satélite norte-americano foi colocado no espaço em Janeiro de 1958. Três meses mais tarde. Apenas três meses. Isso explica por que razão os críticos portugueses do Sputnik se calaram. E leva a pensar nas origens da «onda de choque» que se propagou pelos Estados Unidos. O «efeito Sputnik» foi consciente. Havia a vontade de mudar, e o satélite russo não foi mais que o pretexto.
Apesar de mudanças brutais e de progressos imensos desde o Portugal salazarista de 1957, vivemos hoje uma situação que tem alguns paralelos com a dessa época. Continuam a existir responsáveis políticos que pouco se preocupam com o nosso atraso científico. E continuam a existir académicos que o negam ou subestimam.
É certo que existem hoje muitos jovens cientistas que se destacam no panorama internacional e que orgulham o país. É certo que começam a aparecer nomes portugueses citados na imprensa internacional. É certo que se podem hoje ler nomes de universidades e institutos de investigação nacionais em artigos na Science, na Nature ou noutras revistas internacionais onde a nossa presença era, ainda há pouco, praticamente inexistente. O facto orgulha-nos, mas, tal como o Sputnik, pode levar-nos a duas atitudes opostas. E a realidade é que a ciência portuguesa continua numa situação de atraso relativo entristecedora. Tudo o que dissemos sobre os nossos progressos podem muitos países semelhantes ao nosso, em dimensão, desenvolvimento, cultura e produto económico, dizê-lo com cem vezes mais propriedade. Há ainda muito a fazer. Muitíssimo. Aprendemos alguma coisa com o Sputnik?
*Professor de Matemática e Estatística no Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa, actual Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática.
Este texto foi extraído e ligeiramente adaptado (pelo próprio autor) de «Ciência em Portugal: os próximos 30 anos» publicado na colectânea 25 de Abril: Os Desafios para Portugal nos Próximos 30 Anos, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão das Comemoração dos 30 Anos do 25 de Abril, Lisboa 2004
in Ciência Hoje - ver notícia
03 outubro, 2007
Semana Mundial do Espaço 2007
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor José Mariano Gago, participará nesta iniciativa no Centro Ciência Viva da Amadora, onde decorrerá uma Oficina sobre Educação e Exploração Espacial.
Aproveite o Domingo, dia 7, para passear pelo Terreiro do Paço, em Lisboa, e para lançar foguetões de água, construir aeromodelos e dar largas ao seu sentido de orientação numa actividade de demonstração do GPS. Uma equipa do Pavilhão do Conhecimento promete guiá-lo nesta aventura.
No dia 10, às 15 horas, também no Pavilhão do Conhecimento, descubra como um pequeno embrulho dourado suspenso num balão permite o envio de equipamentos científicos para a alta atmosfera, com a particularidade de os devolver para análise dos resultados após a viagem. O Straplex (Stratospheric Platform Experiment) foi inicialmente desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).
Partindo de uma ideia de estudantes daquela universidade, o Straplex transporta actualmente experiências científicas propostas por jovens de toda a Europa. Os seus "inventores", agora investigadores a trabalhar em colaboração com a ESA, vão estar à conversa com o público e com estudantes portugueses que participaram em Space Camps, na Turquia e nos Estados Unidos.
De 4 a 10 de Outubro decorrerão pelo País dezenas de actividades de divulgação das ciências e tecnologias espaciais.
Programa completo da Semana Mundial do Espaço 2007 em:
http://www.cienciaviva.pt/rede/space/space2007/programa.asp
Oiça o clip Sputnik - Os sons que mudaram o mundo
Concurso - Comemorações de um Ano Muito Espacial!
A actividade principal consiste num concurso com três categorias:
- Para Crianças dos 6 aos 12 anos
- Para Astrónomos Amadores
- Para Artistas
http://www.europlanet-eu.org
Em Portugal o ponto de contacto para esta iniciativa é o Doutor António Pedrosa, do Centro Multimeios de Espinho, instituição ligada à Astronomia e cujo site é: http://www.multimeios.pt.
Mais informações consultar:
Regras gerais para o concurso do Europlanet 2007
01 outubro, 2007
A Europa precisa de mais Cientistas
"Caro(a) professor(a),
O PAVILHÃO DO CONHECIMENTO - Ciência Viva vai realizar no dia 29 de Outubro um encontro em Espaço Aberto, com o objectivo de responder à questão “Que acções se podem concretizar para atrair jovens - particularmente raparigas – para estudos e carreiras cientificas e tecnológicas?”
Se este é um assunto que lhe interessa, teremos todo o gosto em recebê-lo neste encontro, juntamente com mais três ou quatro alunos que possam contribuir activamente para a discussão.
Informamos que existe possibilidade de financiamento das deslocações para participantes que residam fora da zona de Lisboa.
Aguardamos o seu contacto, esperando poder contar com a sua presença.
Com os melhores cumprimentos,
Luís Barbeiro
Departamento de Educação e Comunicação"
O Telescópio Espacial Hubble foi lançado para o espaço há 22 anos
O Telescópio Espacial Hubble é um satélite que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha . Foi lançado pela agên...
-
Conforme referimos em post anterior, o LIDL vai novamente vender os seus excelentes telescópios r binóculos, pelo que iremos analisá-los ...
-
(imagem daqui ) No dia 8 de março de 1976, há 34 anos, ocorreu a queda do maior meteorito rochoso já registada. O Meteorito Jilin caiu pe...